HIPERATIVIDADE

HIPERATIVIDADE

 Hiperatividade não é falta de concentração por falta de empenho ou um comportamento indisciplinado resultante da educação dada pelos pais.

 A Hiperatividade também não é uma condição psicológica que se uma pessoa realmente quisesse era pontual e organizada ou que passa com a ajuda de um psicólogo.

 Pedir a uma pessoa Hiperativa para se concentrar e organizar é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar mais e tentar ler sem óculos ou pedir a um coxo para correr mais depressa. É impossível e está fora do controlo da pessoa com Hiperatividade.

 O principal diagnóstico utilizado pelos médicos, normalmente psiquiatras ou pedopsiquiatras, é um questionário baseado no DSM-IV-TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) e que foi lançado em 2002 pela Associação Americana de Psiquiatria. Os critérios do teste de diagnóstico da hiperatividade presentes no DSM-IV-TR, classificam a hiperatividade como sendo uma condição ou desordem pertencente ao grupo das Perturbações Disruptivas do Comportamento e de Défice de Atenção. Grupo que também engloba a Perturbação de Oposição e a Perturbação do Comportamento.

 Após o lançamento do DSM 5 em 2013, a hiperatividade passou a ser classificada como uma Perturbação Neurodesenvolvimental devido a  maiores evidências científicas que demonstram a natureza neurobiológica da hiperatividade. 

 A Hiperatividade é uma condição física que se caracteriza pelo sub-desenvolvimento e mau funcionamento de certas partes do cérebro, nomeadamente:

Lobos Frontais – Os 2 lobos frontais são as partes do cérebro menos desenvolvidas nos hiperativos. Para além de serem mais pequenos, a comunicação entre neurónios, o uso do glicogénio e oxigénio e a circulação sanguínea nesta parte do cérebro é pouco eficiente. As principais funções dos lobos frontais são a atenção, tomada de decisões, planeamento, organização, resolução de problemas, consciência e controlo de emoções.

Corpo Caloso – Canal de comunicação entre o hemisfério esquerdo e direito do cérebro, constituído por mais de 200 milhões de fibras nervosas Gânglios da Base ou Núcleos da Base – Responsáveis pelo movimento, controlo dos músculos, aprendizagem, coordenação para além de desempenharam um papel muito importante no controlo da impulsividade, na intenção dos movimentos e controlo dos movimentos voluntários. Para além de terem, a par dos lobos frontais, a responsabilidade de regular o sistema de recompensa do cérebro.

Cerebelo – Também conhecido como pequeno cérebro, é responsável pelo controlo motor ou seja tudo o que está relacionado com os movimentos do corpo humano. Mas muitos estudos recentes começam a provar que também tem um papel muito importante na linguagem, memória, atenção e regulação das emoções

Sistema Dopaminérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce do Neurotransmissor – Dopamina

Sistema Noradrenérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce do Neurotransmissor -Noradrenalina Mas também pela menor e menos eficaz atividade elétrica, menor circulação sanguínea no cérebro e má gestão da glucose que é o principal combustível do cérebro. Tudo isto leva a que haja uma má comunicação entre neurónios, má comunicação e falta de sincronização entre as várias partes do cérebro.

 TIPOS DE HIPERATIVIDADE 

 PREDOMINANTEMENTE DESATENTO
 Dificuldade em prestar atenção e manter a concentração por períodos de tempo a assuntos que são pouco interessantes para a pessoa.

 PREDOMINANTEMENTE HIPERATIVO &IMPULSIVO
 Dificuldade em manter -se sossegado no mesmo local quando a tarefa ou conversa que estão a ouvir não é interessante para a pessoa. Outro aspeto é a dificuldade em parar para pensar/analisar as consequências da ação que está prestes a iniciar.

 COMBINADO DESATENTO + HIPERATIVO
 É o mais comum dos 3 tipos de hiperatividade. A pessoa é desatenta, hiperativa e impulsiva. 

CO-EXISTÊNCIAS DA HIPERATIVIDADE 
As desordens que normalmente co-existem com a Hiperatividade são:
1. Comportamento perturbador, destabilizador e/ou desafiante
2. Doença Bipolar
3. Depressão
4. Ansiedade
5. Dependência de Álcool ou Drogas
6. Dificuldades de Aprendizagem
7. Síndroma de Tourette

 As causas da Hiperatividade são um aspeto em que os especialistas mais credíveis parecem estar de acordo. As causas da Hiperatividade são genéticas e ambientais.

 Está provado cientificamente que a Hiperatividade é hereditária ou seja quando uma pessoa é corretamente diagnosticada com Hiperatividade, o pai, a mãe ou ambos são Hiperativos ou têm o código genético característico da Hiperatividade.

 OS PRINCIPAIS FATORES AMBIENTAIS RESPONSÁVEIS PELA ALTERAÇÃO/MUTAÇÃO GENÉTICA E SUB-DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO QUE IRÁ ORIGINAR A HIPERATIVIDADE SÃO: 
1. Mãe fumadora ou exposição ao fumo de tabaco
2. Mãe consumidora de drogas ou exposição aos fumos e vapores de drogas
3. Mãe consumidora de álcool
4. Exposição e/ou intoxicação com chumbo, mercúrio ou outros metais pesados
5. Exposição a pesticidas e/ou adubos agrícolas
6. Exposição a produtos químicos
7. Exposição a produtos domésticos com princípio ativo muito forte como diluente, amoníaco ou vernizes
8. Mãe sob stress constante
9. Evento traumatizante
10. Traumatismo no feto resultante duma pancada, queda ou acidente
11. Interrupção de fornecimento de oxigénio ao feto
12. Ambiente familiar problemático
13. Alimentação/Nutrição da mãe

 SINTOMAS DA HIPERATIVIDADE 
O principal do sintoma da hiperatividade é quando uma criança ou adulto não está  conseguindo ou não consegue aproveitar todo o seu potencial. As crianças e adultos hiperativos são, na maior parte das vezes, pessoas com inteligência acima da média, carismáticos, cheios de energia, divertidos, “fáceis de gostar”, criativos,etc Mas, infelizmente não conseguem gerir todas estas características para benefício próprio e das pessoas que os rodeiam.

 OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA HIPERATIVIDADE SÃO: 
1. Dificuldade em terminar tarefas ou projetos
2. Facilidade em distrair-se
3. Dificuldade em concentrar-se
4. Problemas de organização e disciplina
5. Super concentração quando a informação e/ou tarefa é interessante ou estimulante.
6. Inteligência acima da média mas com resultados medíocres na escola ou trabalho.
7. Dificuldade em planear a médio e longo prazo
8. Maior facilidade em aprender com ajudas visuais ou através de movimento
9. Procura constante de novidades e aventuras
10. Ansiedade
11. Impulsividade
12. Inquietude
13. Criatividade acima da média
14. Bater com a parte da frente do pé ou calcanhares no chão, cruzar e descruzar as pernas constantemente
15. Bater com os dedos ou outros objetos como lápis na mesa
16. Dificuldade em adormecer e sono de fraca qualidade “Cabeça na Lua”
17. Falta de tato, dizendo tudo o que vêm à cabeça sem pensar Mudanças de humor ou disposição repentinas
18. Hiperatividade
19. Tiques nervosos principalmente nas pernas à noite na cama

 OUTROS SINTOMAS DA HIPERATIVIDADE MENOS EXPLORADOS MAS QUE AJUDAM AO CORRETO DIAGNÓSTICO 

Apesar dos sintomas mais notórios serem responsabilidade do cérebro outras partes do corpo humano têm um papel importante na Hiperatividade. O pescoço, a coluna, sistema imunitário, sistema digestivo e o sistema urinário estão envolvidos na Hiperatividade. Por isso é que muitas crianças e adultos com Hiperatividade têm: 1. Problemas respiratórios como bronquite e asma 2. Má postura física 3. Um andar descoordenado ou desengonçado 4. Tendência para tropeçar, ir contra coisas, quedas e acidentes 5. Pouca habilidade com trabalhos ou atividades manuais 6. Fazer xixi na cama com uma idade avançada, muitas vezes com 8 e 9 anos 
Texto Extraido /  Fonte: http://hiperatividade.pt

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